segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma voz feminina calada pela Inquisição


Em uma proposta de trazer à luz cristãos discriminados e pouco conhecidos, a autora, em seu aperto de mão com o passado, apresenta o contexto da época; o papel feminino; a vida das beguinas (mulheres caridosas que dedicaram suas vidas ao cuidado e amparo dos menos favorecidos); Margarita Porete, uma beguina escritora e divulgadora de suas ideias, e a Inquisição.

Consideradas transgressoras por errar nos artigos da fé e ensinar o evangelho na língua do povo e não no latim, a única língua considerada sacra e autorizada a expressar a Palavra de Deus à época, as beguinas foram suprimidas da Igreja. Margarida Porete foi considerada herética e foi queimada junto com seu livro “O Espelho das almas simples e aniquiladas”, no qual discorreu sobre a importância do cristão esvaziar-se de si mesmo para ser cheio do espírito de Deus.

A leitura irá proporcionar uma reflexão sobre a heresia, sobre o perigo de se tirar o mérito da salvação de Jesus Cristo e colocar em homens ou obras e o prejuízo causado aos cristãos de todas as épocas pela falta de amor e excesso de poder dos líderes religiosos.

Como em seu primeiro livro: Uma voz feminina na Reforma, a escritora destaca o silêncio das mulheres na História e o preço pago pela ousadia de falar, como destacado na epígrafe de Blanca Gari e Alicia Padrón Wolff:
“-Mulheres que falam, a transgressão que representa este ato não reside propriamente no falar. -As vozes que sonham no interior dos espaços privados, femininos, não são transgressoras em si mesmas. -A transgressão está em serem ouvidas. É o falar em público o que irrompe como perversão no cenário da Baixa Idade Média”

PIB-Juína "A casa do Povo de Deus"






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