Música secular

10 novembro 2010 por Denise Araujo

Muitos perguntam:

– Posso ouvir música secular?

– Deus se importa com isso?

– É pecado curtir música secular?

Só para responder rapidamente essas três perguntas:

1. Pode-se ouvir música secular. Pode se jogar na frente de um caminhão. Pode-se até ir para o inferno, se quiser (existe vida além do “pode ou não pode”).

2. Claro que Deus se importa com isso.

3. Não, não é pecado curtir música secular. Mas também não é pecado atravessar a rua de olhos fechados, só que isso não é muito bom.

Primeiramente, não gosto de dizer se pode ou não pode, criando uma aparência de regras e correndo o risco de virar religioso. Acho muito raso e imaturo a atitude de querer colocar regras em tudo. Existem muitas coisas nesta vida cristã que podemos fazer, as quais não são muito boas ou não fazem nada por sua vida espiritual, mas ao mesmo tempo não podemos dizer, enfaticamente, que são pecados. A música é uma delas.

Curtir música secular não levará ninguém para o inferno. Entretanto, não levará ninguém a uma maior intimidade com o Senhor, pelo contrário, pode até fazer esfriar a área espiritual. A pergunta que eu sempre faço é: “Por que os filhos de Deus querem curtir uma música que não edifica ou glorifica a Deus, enquanto há tantas outras inspiradas por Ele e para o louvor dEle?”. E outra: “Que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).

Eu já li artigos pobres de pessoas que dizem ouvir música popular para melhorar o talento dado por Deus. Dá para entender? Deus deu o talento, mas é o diabo quem vai aperfeiçoar. Não faz sentido. Também não faz sentido uma jovem assistir ao desfile das escolas de samba pela televisão para aprender novos passos, a fim de ensinar ao grupo coreográfico da igreja.

Sei que a música foi criada por Deus e não pelo o diabo, mas isto não é uma boa desculpa para se curtir todo tipo de música. O sexo foi criado por Deus e não pelo o diabo, porém, isto não é justificativa para se alugar um filme pornográfico. Está entendendo? Claro que Deus criou a música e é óbvio que o diabo a perverteu. Por isso, vou procurar a coisa do jeito que foi criado por Deus e não a perversão. Há uma diferença muito grande.

Se você enche a sua cabeça com as letras de músicas seculares, o que vai ter efeito na sua vida? Se você encher um copo com suco de laranja, é suco de laranja que você tomará. E se você encher a sua mente com as imundícies do mundo, é nisso que pensará. E isso fará efeito no seu relacionamento com Jesus.

Certo menino brincava todos os dias na casa de seu coleguinha. Depois de um mês, a sua mãe perguntou:

– Como está o seu amigo?
– Qual amigo?
– Aquele com quem você brinca todo dia.
– Ah! Ele não é meu amigo.
– Mas você brinca com ele todo dia. Agora vai me dizer que ele não é seu amigo?
– Ele não é meu amigo. Eu só gosto dos seus brinquedos.
– Deixe-me entender. Você vai para a casa dele todo dia para brincar com ele e os seus brinquedos, mas não gosta dele?
– É. Mas quanto mais tempo passo com ele, mais chance tenho de me dar bem com ele.

Daí o risco de curtir as coisas do diabo. Muitos de nós passamos um bom tempo brincando com os brinquedos dele, mas não o consideramos nosso amigo. Será? Será que não estamos aprendendo a tolerá-lo porque gostamos dos seus brinquedos? Eu não sei, mas não curto tempo com os meus inimigos.
Para conhecer as prioridades de uma pessoa basta prestar atenção onde ela gasta o seu dinheiro. Para saber quais são os seus amigos é só prestar atenção com quem ela passa o tempo. “Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4.4).

Em meio a esta realidade Deus está levantando uma geração forte, ungida e separada. A força e a unção vem dEle. Mas a decisão de se separar do mundo é individual. Você tem de decidir até que ponto quer ir com Ele. Não posso afirmar que a música secular vai destruir a sua vida espiritual, mas posso garantir que não o ajudará nem um pouco.

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).

Vamos curtir as coisas que edificam, as que são de Deus. Busquemos uma vida de santidade. Sejamos radicais, se preciso for, para que vivenciemos as coisas extraordinárias de Deus.

PIB-Juína "Acasa do Povo de Deus"